"O seu sentir vem do mar e a sua voz é feita de lamentos, como que fazendo pedidos às estrelas, entre ondas vivas, com gritos de vendavais, batendo-lhe nos ouvidos. É filha, neta e bisneta de pescadores. Seu pai ficou perdido na esquina de qualquer onda, em noite sem lua, deixando-a no mundo para chorar cantando todo o rosário de mágoas que foi vida vivida - a vida de uma menina da beira da praia a quem jogaram luto nos olhos na manhã da sua meninice. Chama-se Adélia Pedrosa. A sua simplicidade comove. É bem a gaiata do povo, que inspira e canta o poeta. Moça triste. Pretos os olhos e o xaile. Comoventes a sua voz e o ar de ausência. Passeando na vida ela chamará a si dores de tristeza e o seu nome será em breve decorado como uma das grandes intérpretes do Fado."
José Maria Rodrigues - grande poeta, jornalista e amigo - 1961
A tristeza aparente demonstrada em sua voz
D eclarando a saudade que foi esquecida no mar
É assim que esta fadista encanta a todos nós
L evando em seus cantos tristes a forma de amar
I nspiração que busca dos tempos de infância
A ssim qual onda do mar em eterna constância
P oetas buscam palavras para explicar seu canto
E concluem que só pode ser uma dádiva divina
D erramando igual cachoeira suas dores e pranto
R endo minhas homenagens a esta fadista menina
O uvindo suas lindas canções esqueço as dores
S into uma paz profunda que a minha alma anima
A ceite este singelo acróstico com pétalas de flores
José Carlos Gueta O POETA DO ABC
